Museologia do presente..
Curiosos esses tempos.
Tempos de guardar o que acontece.
Captar, digitalizar e armanezar.
Eis o lema.
Orkut's e facebook's da vida que o digam.
Tudo é fotografado e sequenciado.
Pequenas alegrias. Gestos não espontâneos.
Sorrisos congelados.
Nossos passos são guardados sob a vigília do Deus Cronos.
Erguem-se fortalezas pessoais:
Museus do presente.
Museus do que acaba de acontecer.
Museus da instantaneidade.
Não parece estranho sentir saudades de anteontem?
Do presente?
Captar e armazenar.
Eis o lema.
(publicado originalmente em 3 de maio).
Não, não parece estranho. Eu sinto saudade de anteontem, porque era sábado. E hoje já é madrugada de terça e amanhã é dia útil. Não seria maravilhoso se não tivéssemos que trabalhar e pudéssemos passar os dias inteiros atualizando nossos perfis do orkut?
ResponderExcluirMas Umberto, você está contabilizando o tempo ultimamente, ou é só coincidência os últimos posts falarem sobre o assunto?
Verdade, Barbarita. Acho que é a crise dos pré 40 anos. rs. Mas sendo pragmático, acho que envelhecer é jogar luz ao passado. O lado "para trás" da balança do tempo vai sobrepondo o "para frente".
ResponderExcluirE tenho uma transa com a palavra, também. Outro dia fiquei ouvindo aquela música do Pato Fu chamada "Tempo" o dia inteiro. Como "Oração ao tempo" do Caetano. Acho a palavra "tempo" uma das mais lindas da língua. Só perdendo para "Lumiar"!
Eco, não gosto de "lumiar"! Mas olha que transmimento de pensação, eu ia justamente iniciar este comentário acima com "tempo, tempo, mano velho..." mas achei que seria muito clichê! E a música do Caetano tb me ocorreu, só q ele fica repetindo tempo, tempo... ficaria sem graça. Mas eis que este é o tema mais fértil da face da terra. Adorei a idéia de que envelhecer é jogar luz ao passado. E que ele se sobrepõe ao presente. Por que será? Penso que é porque nos tornamos mais estáticos, então só nos resta lembrar... ou não, como diria Caetano.
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