Notaram que algo mudou?

Outro dia brinquei que ia torcer para Itália.
"Provocaçãozinha" pra esquentar conversa de bar.
Vamos de Brasil! Não há dúvidas.
E tem mais: adoro essa invasão verde-amarela.
As bandeiras adornando ruas, casas e carros.
O clima de que somos o que somos.
De que, especialmente, nos enxergamos ali.
Mas em retrospectiva, noto que algo mudou.
E muito. Explico:
dia desses revi uma entrevista do Cazuza no Jô.
Lá nos idos de 88. Respondia o porquê tinha
cuspido na bandeira nacional. Foi um auê incrível.
Curioso lembrar que muitos se solidarizaram.
Todos na verdade queriam cuspir na bandeira.
Havia uma vergonha disseminada no Brasil.
Vergonha de ser brasileiro, o que era pior.
Era país que precisava "mostrar sua cara". Se desnudar!
Não sei se é o clima da Copa. Posso estar exagerando.
Mas as coisas mudaram. E é interessante testemunhar
essa onda de crença no país. No incosciente de que
encontramos nosso "torto" e alegre caminho.
Agora, tem um aspecto engraçado em nossa simbologia:
o paradoxo do "ordem e progresso" estampado em
nossa bandeira, pipocando agora em tudo que é canto.
Não é exatamente o avesso do que representamos,
e de nossa singularidade perante ao mundo?
Aliás, se é hora de firmarmos identidade.
Bela hora para mudar esse "lema careta".
Enfim.
Mas vamos lá Brasil! É hora de esquentar os pandeiros.

Ah, esqueci de contar: claro que não vou vestir
camisa do Brasil e nem por bandeirinhas no carro.
Odeio a idéia de ser "absorvido" pelo coletivo.
Sou sujeito sério, ora bolas!

Comentários

  1. Eu acho que não usar camisa do Brasil nos jogos é um ato de extrema rebeldia! Para evitar ser absorvido pelo coletivo é melhor não usar jeans, não tomar cerveja e não gostar de peitão!

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