“Entre deuses idealizados e demônios infernais" - formas de atacar a vida.

Falar de suicídio sempre é um tabu! Por isso é preciso entende-lo como o auge do sofrimento mental  cujas condições de alguém suportar a dor se exauriram. O alvo do suicida não é a morte, é o fim do sofrimento. Mesmo que na fantasia suicida ele embarque para um outro mundo melhor, para volta ao útero materno, para uma relação de amor e etc. Mas importante pensar que a vida também é “atacada” de outras formas! O ser humano ataca sua capacidade criativa, sua capacidade de amar, sua capacidade de usufruir coisas boas da vida e as formas de vínculo mais fértil com o outro. Como também é utopia acreditar em um estado permanente de vitalidade, criatividade, harmonia e prazer, porque isso nos colocaria na condição de deuses, e não de humanos. Ou seja, o sujeito humano oscila entre esses dois lados, e a análise permite elaborar os aspectos que levam a alguém atacar a vida, o amor, a criatividade e aquilo que nos faz nos sentirmos vivos. Em uma boa metáfora, permite elaborar sobre a polaridade entre “deuses idealizados e demônios infernais”. Porque ambos atacam a capacidade de viver, seja pela via da destrutividade (pulsão de morte), seja pela via da superioridade que se transforma em certeza, em fanatismo, em não suportar a alteridade e em não suportar conviver com o diferente.

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