Corpos hiper sexualizados, corpos politizados. A brutalidade dos dias atuais....

Freud nos ensinou que a neurose se estabelece como uma defesa ligada à sexualidade infantil. Assim, quando o “sujeitinho” é inserido na estrutura edípica familiar e na moral sexual duas forças passam a operar, a repressão vinda da cultura e o recalque como força inconsciente que dialoga com esse externo constituinte. Isso posto, historicamente os homens se aproveitaram dessa “moral sexual” vantajosa, porque usufruíram de uma certa perversão social desfrutando da sexualidade dentro e fora do casamento. Para as mulheres restou pagar o maior preço desse pacto social fraturado na medida em que deixavam de aproveitar os prazeres de seus corpos, inclusive dentro casamento.  O legado Freudiano foi, portanto, mostrar que a vida sexual é o protótipo da vida como um todo. Se o homem luta pelo seu “objeto sexual”, ele vai ser impelido a mostrar essa potência em outras esferas da vida. Por outro lado, se as mulheres foram muito reprimidas, além de manifestarem sintomas ligados às psiconeuroses, elas também vão se inibir socialmente.  Desde então, o mudou mudou bastante. Mas nem tanto! Porque é possível ainda enxergarmos o sexual do lado do recalcamento. Seja na compulsão dos aplicativos de paquera, seja na emancipação feminina que vira discurso político agressivo, seja na imagem hiper sexualizada de corpos perfeitos. Ou seja, não é a explicitação da sexualidade “desreprimida”, agora finalmente libertada, a militância política de afirmação ou a pornografia que vão nos libertar de fato da repressão e do recalcamento. Porque a repressão visa o sexual, e é isso que está em jogo! Portanto o conflito não é entre o biológico e o cultural. O conflito é entre dois campos do próprio sexual. Um lado sexual que está efetivamente ligado, esta aberto a alteridade e à plasticidade do sexual, e um outro que está desligado, que é violento, mais destruidor, ligado à uma sexualidade infantil mais mortífera. Uma força pulsional mais desintegradora. A pergunta analítica é, quanto é possível se abrir à sexualidade sem ser dilacerado? Sem ser reprimido por essas injunções e compulsões? Porque sexualizar ou politizar o corpo, ou buscar o sexo a todo custo, podem significar marcas de jogos de poder também brutais. Ou seja, qual o pacto social que vivemos hoje e quais as consequências?

Comentários

  1. Olá!!realmente é isso mesmo.
    Eu escrevo nas minhas fotos;escrevi um particular;sobre infância dentro do lar.mh mãe teve 15 filho.e antes do final.

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