Notas sobre o Ressentimento: "Perdoar é humano mas se vingar é divino".

O ressentimento é uma paixão triste! A equação que governa o ressentido é: “eu sofro e alguém é o culpado”. Ou seja, o ressentido “escolhe” não esquecer do que o vitimou, preservando a imagem narcísica de uma vítima eterna. Escolhe re......sentir! Como diria Nietzsche, o ressentimento é uma vingança adiada. Curiosamente, o ressentido procura a psicanálise para manter seu sintoma. Mas se depara com a ética da clínica que é implica-lo em investigar a causa do seu sofrimento, e sobretudo a responsabilidade do que vive: recordar e elaborar o traumático para ”se vingar” e poder seguir em frente! Não é tarefa fácil, porque se queixar sempre e "não perdoar jamais” são modalidades de gozo parasitário. E em tempos atuais escutamos outras formas do ressentido, já que o sujeito se move nas exigências narcísicas do individualismo e é convocado a contrair as promessas (dívidas) de ser feliz, porque assim diz a publicidade, a excitante indústria do coach e os semideuses das redes  sociais. Mas sabemos que esse significante sempre vai falhar! E para o ressentido infeliz a culpa será de alguém (do mundo injusto, do rival, do ex amor, dos pais, etc..). O ressentido não quer se deparar com sua falta, ele prefere se apegar ao dano, e acaba investindo mais em dar notícias sobre seu sofrimento do que uma resposta ativa para o que realmente deseja.  




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