É preciso a ignorância das abelhas para voar....

Zoólogos concluíram que as abelhas não poderiam voar computando o peso do corpo e o tamanho de suas asas. A conta não fecha! Mas elas voam! Sobretudo porque não entendem nada de matemática. É uma boa metáfora para pensarmos a estrutura neurótica. Em Freud, aprendemos que pagamos um preço ao entrar no mundo da civilização. Basta ver a diferença entre a espontaneidade das crianças e a sisudez dos adultos. Algo vai sendo recalcado, disciplinado, normatizado. Daí vem a cisão e o conflito do eu, a intermediação sofrida entre o desejo e o juízo desse desejo. Basicamente, os sintomas vem dessa erupção interna! O ponto é que no mundo do neurótico há uma tendência forte à repetição. Para defender o “ideal do eu” formado nesse processo de “aculturamento”, o neurótico cria estratégias de defesa em relação a seu desejo e utiliza padrões de funcionamento que se repetem. Mas é importante notar que muitas vezes é a própria racionalidade e a “suposta inteligência” que entram em cena para o neurótico se proteger de si.  Ou seja, o neurótico pensa, pensa, pensa, .....para repetir....... e controlar (não voar)!   Sabe aquele momento em que você escuta sua intuição, desafia a negativa do seu juiz interno e se joga em uma experiência de vida sem garantias e se implicando com as consequências dessa escolha? Pois bem. É nosso voo de abelha...

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