Uma outra forma de ver a liberdade.......


Na neurose se sofre pelo o que não aconteceu, rotina de defesa expressa na ansiedade de um "desprazer que está por vir" super inflacionado. No entanto, há um momento em que a consciência precisa se angustiar. Um estágio que marque o desabamento de imagens de um mundo, e o erguimento de outro, que permita novas ações e desejos. Freud nos ensinou que nossa primeira angústia fundante é a ausência da mãe. E dialogaremos com esse desamparo, revisitado em novos fantasmas, durante toda a vida.  Porque o neurótico precisa constituir substitutos ("outras mães") que garantam sua integridade narcísica, atenda suas demandas de amor e, sobretudo, a fantasia de ser "único e maravilhoso".  Curioso sublinhar que é essa dinâmica que o faz escravo da procura de um "Outro" que o diga o que fazer e, principalmente, que confirme que o que ele fez é incrível, alucinando o primitivo estágio de perfeição do "bebê majestade" que um dia foi. É essa a posição neurótica que o estrutura servo a um grande Outro (pessoas ou um outro simbolicamente constituído) suplicando demandas imaginárias de "o que devo fazer" para depois cobrar ansiosamente a confirmação. Por isso é preciso cair dessa posição, "desabar desse mundo".  De ter a angústia como porta de entrada e na saída a liberdade de não estar submetida a algo  imaginário que o escraviza.

Comentários