A grande perda......


Um bom tempo sem escrever. Em  um mês perdi meu pai e meu tio – seu irmão, eventos que me lançaram num profundo estado de reflexão.
Há uns dez anos sempre convivi com a iminência de perder meu pai em face de sua saúde comprometida.
Mas só quando a morte é fato é que aprendemos sua real dimensão e o impacto em nosso íntimo.
Em verdade, sobressaiu-me o lado racional e compreensivo. O destino lhe foi generoso na medida em que, mesmo dentro de limitações físicas, não faltou tempo para o balanço qualitativo da vida: erros, acertos e o exercício de uma paz digna junto às pessoas mais íntimas e importantes da sua jornada.
Talvez seja esse o melhor dos fins, enxergar uma vida extensa construída com significados e muitos sentidos, não obstante uma compreensão não resignada de caminhos, descaminhos e valores transmitidos.  
E há muita beleza e humanidade nesse processo.
A dor, incurável, reside numa ausência-presença que se eternizará. Um buraco que é a certeza que nunca mais acessaremos uma fonte humana dessa importância, da paternidade de tantos signos de sua vida.
Se há algum remédio, o que insisto, improvável, é cultivar incessantemente as boas lembranças.
E será esse meu caminho......também não menos belo e edificante.

Comentários

  1. Meus sentinentos. Lindo texto, emociona. Ausência presença. As lembranças alegram e entristecem ao mesmo tempo. Anseio pelo reencontro, mas sei que estamos rodeados de muitas pessoas queridas para espalhar nosso amor.

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